Localização: FCUL, Sala 6.2.56

 

   O objetivo deste evento é dar a conhecer algumas pontes entre biologia, estatística, informática e matemática. Os oradores irão falar sobre a importância da interdisciplinaridade nestas áreas de forma acessível para todos.

   Todos são bem-vindos. A inscrição (até dia 30-4) é grátis mas obrigatória.

 

 

 

Programa
13h45h-14h00 Boas-vindas, Margarida Santos Reis
14h00-14h30 A matemática e a biologia da coexistência entre competidores que evoluem, Inês Fragata
14h30-15h00 Acelerar a Ciência com IA, Nuno Garcia
15h00-15h30 Computação concreta: um problema filosófico com implicações práticas, Lorenzo Baravalle
15h30-16h15 Pausa para café e pósters
16h15-17h00 Palestras por alunos
17h00-17h30 Cross diffusion models in population Dynamics, Cinzia Soresina
17h30-18h00 A importância de se pensar quantitativamente em ecologia (e não só), Luis Borda de Água

 

 

Oradores
Lorenzo Baravalle
DHFC, CFCUL, FCUL
Computação concreta: um problema filosófico com implicações práticas
   A teoria matemática da computação estuda a computação como um conceito abstrato, independente de qualquer realização física. Diz-nos, por exemplo, que - até prova contrária -uma função computável pode ser computada por uma máquina de Turing. Não nos diz, no entanto, quais objetos no mundo são máquinas de Turing. Parece razoável pensar que, com certas limitações, um macbook é uma máquina de Turing, enquanto uma pedra não é. Há, contudo, casos mais intrigantes. Podemos descrever em termos computacionais o comportamento de uma célula ou do cérebro, mas quer isso dizer que a célula ou o cérebro são computadores? Uma resposta apropriada a esta pergunta, que é objeto da teoria da computação concreta, pode abrir novos caminhos de investigação e confirmar, ou contradizer, a nossa visão sobre o que é um computador.
Luis Borda de Água
Associação Biopolis - CIBIO, ISA
A importância de se pensar quantitativamente em ecologia (e não só)
    Será que a ausência de se pensar quantitativamente tem afetado o desenvolvimento da ecologia? Mas o que é isso de "pensar quantitativamente”? Confesso que não tenho uma definição precisa. Neste momento, diria apenas que consiste em adicionar à nossa forma de pensar quantidades. Claro que quando dizemos “quantidades” isto imediatamente nos leva para a matemática. Mas como veremos, não é só matemática, é também uma forma generalizada de abordar problemas, e que não é fácil, pois choca com formas típicas, enraizadas de pensar. Para ilustrar estas ideias, iremos falar do conceito de nicho e da Teoria Neutral da Biodiversidade e da Biogeografia.
Inês Fragata
DBA e C3EC, FCUL
A matemática e a biologia da coexistência entre competidores que evoluem
   Todas as áreas científicas têm ideias feitas. Por exemplo, em Ecologia pensou-se durante muito tempo que dois competidores não podiam coexistir no mesmo ambiente. Em Evolução também existem alguns mitos, como o de que as alterações evolutivas demoram sempre muito tempo e não afectam a ecologia das espécies. Nesta apresentação vamos usar uma combinação de modelos matemáticos e experiências individuais e populacionais para desmistificar estas duas ideias. Usando um sistema composto por duas espécies de ácaros herbívoros que competem pelos mesmos recursos, vamos elaborar previsões baseadas na teoria da coexistência e testá-la medindo os parâmetros dos modelos e a dinâmica de populações das duas espécies com diferentes histórias evolutivas na mesma planta.
Nuno Garcia
DI e LASIGE, FCUL
Acelerar a Ciência com IA
   Os recentes avanços na inteligência artificial, combinados com o enorme volume de dados científicos disponíveis, prometem abrir novos horizontes na ciência. Nesta apresentação, exploraremos as fascinantes oportunidades que os métodos de aprendizagem profunda oferecem para impulsionar a ciência, destacando a IA como uma ferramenta crucial para analisar e compreender dados complexos, um ponto de partida essencial no processo de descoberta científica.
Cinzia Soresina
University of Trento
Cross-diffusion models in population dynamics
   In population dynamics, cross-diffusion describes the influence of one species on the diffusion of another. In the context of competing species, the cross-diffusion SKT model was proposed to account for stable inhomogeneous steady states exhibiting spatial segregation of two species. Here, cross-diffusion terms are the key ingredient for the appearance of spatial patterns. From the modelling perspective, cross-diffusion terms naturally incorporate processes occurring at different time scales. This talk will show how cross-diffusion terms arise in several contexts, e.g., competing species, predator-prey interactions, and plant ecology, and how they contribute to pattern formation by combining linearised analysis with advanced numerical bifurcation techniques and numerical simulations.
Organizadores
Carlota Rebelo (DM) Francisco Dionísio (DBV) Margarida Santos Reis (Direção) Cátia Pesquita (DI) Lisete Sousa (DEIO)
Guilherme Dias (NEMMA) Alexandra Santos (NEMMA) Beatriz Cabral (NEB) Marta Contreiras Silva (LASIGE/DI)